–Onde está Maria?
–E meu bebê?
– Ela está com ele? Pergunta ainda fraca pelo esforço feito para dar a luz a criança.
Antônio sentiu o peso da pergunta. Não poderia mais manter a farsa por muito tempo. A dor que ele sentia era imensurável, mas não havia alternativa. Ele precisava continuar com a mentira, por mais que isso o consumisse por dentro.
–Helena. Começou ele, a voz agora mais baixa, como se cada palavra fosse um golpe em seu próprio coração.
–O que tenho para te dizer não é fácil. Falo
Ela o olhou, o semblante tornando-se mais tenso.
–Como assim, Antônio?
–O que você tem para me dizer?
–Onde está Maria?
–Onde está o meu filho?
Helena despeja várias perguntas ao mesmo tempo.
A palavra que ele estava prestes a dizer parecia sufocar sua garganta, mas ele sabia que não havia escolha. Helena precisava ouvir a verdade. A falsa verdade.
–Seu filho... Nasceu morto, pela demora do parto, Maria tentou de tudo mas não houve jeito Helena. Digo vendo a dor tomar forma no co