Luara
A noite caía sobre o castelo, trazendo consigo uma quietude que eu nunca senti. A revelação de minha natureza lupina nos últimos dias havia aberto as portas para um mundo de novas sensações e intuições. Era como se o mundo ao meu redor tivesse ganhado cores e sons mais nítidos, e agora um chamado distante, quase um lamento, começou a ecoar em minha mente. Não era um som audível com os ouvidos, mas uma voz que ressoava em minha alma, arrastando-me para fora de mim, para longe da segurança dos muros.
— Ajuda... perigo... Úrsula...
As palavras eram fragmentadas, como sussurros levados pelo vento, mas a súplica era clara, penetrando cada fibra do meu ser. Um de meu povo, um lobo, precisava de mim. O instinto de proteger minha espécie, recém-despertado, me arrastava com uma força avassaladora, uma urgência que eu não conseguia ignorar. Com o colar pulsando suavemente em meu pescoço, uma chama amarela cintilando em meu peito como um farol, levantei-me da cama. Eros não estava ao me