Conde Eros
Corpos espalhados como bonecos de pano, o ar impregnado de sangue e o eco lancinante dos gritos dos familiares despedaçavam a relativa calma que o castelo oferecera. Aquela noite, o dia do casamento de Luara, havia se transformado em um pesadelo sangrento.
— Elisabeth, preciso agir agora, ele está partindo — digo a mãe de um jovem, a urgência em minha voz refletindo a tênue linha entre a vida e a morte.
Ela assente, o rosto marcado pela dor e pela resignação. Faço o que precisa ser feito, mordendo e oferecendo meu sangue. Consegui salvar apenas dezesseis humanos, um número pequeno diante da carnificina. A quantidade de corpos espalhados por toda a propriedade era um testemunho mudo da tragédia.
— Socorro! Alguém ajuda! — o grito desesperado de Maya corta o silêncio macabro. Olho para uma das amigas de Luara, a jovem indiana, seu rosto contorcido em agonia.
— O que aconteceu, criança? — pergunto, me aproximando dela.
— Minha amiga, ela foi mordida! Ela está morrendo! —