“Ela não precisou me desafiar para me vencer — bastou existir. Luna não é minha prisioneira. É a ameaça doce que desmonta minhas armas e me faz desejar a ruína em seus braços.” — Fernando Torrenegro
🖤
Ela está jogando comigo. Não da forma vulgar que já conheci tantas vezes. Não com insinuações óbvias, nem com gestos ensaiados. Luna não precisa disso. Ela só existe. E essa existência já é suficiente para me arruinar.
Durante o café, quando pronunciou meu nome — “Fernando” — não foi apenas uma palavra. Foi um golpe. Naquela sílaba alongada, na maciez da voz, estava uma provocação disfarçada de ingenuidade. E eu, que sempre fui dono de cada reação, precisei prender a respiração por um segundo.
Ridículo.
Um segundo é uma eternidade quando se trata de controle.
E ela percebeu. Claro que percebeu.
Porque Luna sente. Não com os olhos, mas com cada parte do corpo. Ela lê os silêncios, os ruídos mais leves, as pausas imperceptíveis. Ela me enxerga melhor do que qualquer um.
Eu deveria temer