“Ele fala em vingança, mas o coração dele já me escolheu — mesmo que nunca admita.”
🖤
Fernando acredita que me engana. Ele fala em destruição, em vingança, em máscaras de ferro que usa como armadura. Mas eu aprendi a vida inteira a sobreviver sem a visão. E, na ausência dos olhos, os outros sentidos se tornam lâminas afiadas. O coração não mente. E o dele grita, mesmo quando sua boca tenta negar.
Ele se aproxima de mim como um predador. Sinto a tensão em seus ombros, a respiração pesada, o tremor contido em seus dedos. Um homem acostumado a dominar, mas que, diante de mim, parece à beira de perder o controle.
Quando ele disse que me destruiria, não estremeci. Eu sorri. Porque percebi o desespero escondido naquela frase. Se ele realmente fosse capaz de me destruir, não precisaria dizer. Mas ele tenta me convencer — ou convencer a si mesmo?
— Você tem medo, Fernando. — minha voz saiu calma, firme.
O silêncio que se seguiu foi a prova da verdade. Medo não de mim, mas do que sente