Capítulo 20

POV: Estela.

Assim que o avião pousou, senti como se o chão da minha infância tivesse sido revirado. A vibração das rodas tocando o asfalto percorreu meu corpo como um aviso: ele estava lá. O passado. Me esperando.

O cheiro, a umidade no ar, até o jeito como as nuvens pareciam pairar mais baixas… Carolina do Norte nunca me deu boas-vindas. Era como se o próprio lugar se recusasse a me acolher. E, ainda assim, aqui estava eu. De volta.

Peguei minha mala com mãos firmes. Não podia vacilar. Entrei no táxi sem sequer olhar para o motorista.

— Endereço? — ele perguntou.

— Rua das Laranjeiras, número 14. — respondi sem emoção.

O caminho foi curto, mas cada curva parecia uma punhalada na memória. Passei pela esquina onde caí de bicicleta, pela escola onde Isa estudou por poucos meses, pela mercearia onde tentei roubar arroz quando não tínhamos mais o que comer.

Senti minha garganta fechar. Eu era só uma criança. Isa, só um bebê.

Quando o táxi parou, respirei fundo. A casa da
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