ROSÁLIA DUARTE
O som não era o canto dos pássaros de Napa Valley. Era o toque estridente, digital e absolutamente irritante do meu celular, vibrando contra a madeira da mesa de cabeceira como uma britadeira em miniatura.
Gemi, afundando o rosto no travesseiro que cheirava a amaciante e a uma loção pós-barba que, infelizmente, eu tinha gostado muito.
O braço de Celso, que estava jogado sobre a minha cintura como uma barra de ferro possessiva, apertou-me por um segundo, num reflexo de sono, antes de relaxar.
Abri um olho, lutando contra a claridade que invadia o quarto através das frestas da cortina.
Quem, em sã consciência, ligaria tão cedo em um fim de semana?
Tentei me desvencilhar do abraço de Celso, ele era grande e ocupava a maior parte da cama. Rolei para a borda, quase caindo no tapete e agarrei o celular antes que ele tocasse pela terceira vez e acordasse a Bela Adormecida musculosa ao meu lado.
O visor piscava um nome que fez minha adrenalina disparar mais rápido que ca