CELSO MIRANTES
O espaço confinado do closet tornou-se subitamente pequeno demais para conter o que havíamos desencadeado.
Eu tinha Rosália Duarte nos meus braços. A mulher que horas antes brilhava sob os flashes dos fotógrafos como uma rainha intocável, agora estava nua, quente e entregue contra o meu peito. A rendição dela naquele beijo, a maneira como a língua dela buscou a minha, como as pernas dela envolveram minha cintura instintivamente, devolveu cada grama de desejo que eu lhe oferecia com juros.
Mas as prateleiras atrás dela rangiam perigosamente, ameaçando derrubar uma coleção inteira de camisas sob o peso da nossa colisão urgente. E, sinceramente, eu não queria foder a minha "noiva" em pé, espremida entre roupas, como dois adolescentes escondidos. Eu queria ter o luxo de ver cada ângulo daquele corpo que parecia ter sido esculpido para me amaldiçoar.
— A cama — rosnei contra a boca dela, mordendo seu lábio inferior com uma possessividade que era nova para mim. — Eu