CRISTINA SANTIAGO
O choro eventualmente diminuiu. Rosália preparou um chá de camomila forte e me fez sentar à sua pequena mesa de cozinha, com o cobertor ainda enrolado em meus ombros.
— Certo — disse ela, sentando-se à minha frente com sua própria xícara. — Primeiro o óbvio: você está segura aqui. Pelo tempo que precisar. Segundo: aquele homem agiu como um completo babaca, e o fato de você o amar só prova que você tem um coração, mesmo que ele seja meio masoquista.
Um sorriso fraco tocou meus lábios.
— Obrigada, Ro. Eu... eu não sei o que faria sem você.
— Você provavelmente estaria dominando o mundo. — Ela deu um gole no chá. — Agora, o plano. Por onde começamos?
— Comida. — falei, a voz rouca. Eu não comia nada desde ontem já que o café da manhã foi desastroso. E agora, um desejo específico, provavelmente induzido pela gravidez, surgiu com força. — Eu preciso desesperadamente de pizza. Com borda recheada e muito queijo. E talvez batatas fritas.
Rosália riu.
— Um desejo de grávida c