CRISTINA SANTIAGO
O som da porta da frente da mansão Petterson se fechando atrás de mim foi o som mais alto e mais definitivo que eu já ouvi. Um ponto final em um capítulo da minha vida que tinha sido escrito com tinta de ouro e veneno.
Eu fiquei parada na calçada por um momento, a mala pequena ao meu lado, sentindo o sol quente em meu rosto. O ar parecia diferente aqui fora, mais fino, mais frio. Por vários dias o mundo, tinha sido reduzido aos limites daquela propriedade de luxo, mas de repente correu de volta para mim.
Eu estava livre.
E estava completamente e absolutamente machucada.
As lágrimas que segurei na frente dele ameaçaram cair. Engoli-as. Não ali, onde seus seguranças, que eu sabia estarem escondidos em algum lugar, pudessem me ver. Caminhei com minha pequena mala até o portão principal, que se abriu silenciosamente para mim, como se me cuspisse para fora.
Chamei um táxi e dei o endereço de Rosália. O motorista me olhou pelo espelho retrovisor, provavelmente se perguntan