CRISTINA SANTIAGO
Saí da sala ainda sentindo o olhar de todos queimando minhas costas. Minha mãe ainda murmurava algo sobre eu estar ficando maluca, meu pai resmungava que eu era uma “perfeita mentirosa”, e a Cobratriz, tinha aquela cara de nojo e deboche.
Enquanto caminhava pelo corredor até a porta, ouvi meu pai gritar:
— Cristina, você sempre foi uma vergonha! Vai acabar acreditando nas próprias mentiras!
Respondi sem olhar para trás:
— Pois então se preparem para engolir cada palavra, porque em breve vão ver ele com seus próprios olhos.
Fechei a porta com força. Respirei fundo e segurei as lágrimas de ódio.
E foi então que notei o carro estacionado do outro lado do portão. Um sedã Mercedes-Benz preto, inconfundível, de vidros escuros. Meu estômago deu um salto quando vi o vidro baixar e Ethan acenou para me aproximar. Acho que é a primeira vez que o vejo no banco do motorista.
Abri o portão, tentando manter a compostura, mas por dentro eu estava derretendo, não acr