CRISTINA SANTIAGO
Eu estava deitada na cama do quarto de hóspedes de Rosália, encarando o teto com manchas de infiltração antigas.
O silêncio do apartamento deveria ser reconfortante, mas minha mente estava muito barulhenta.
Minha resposta anterior para Ethan tinha sido pensada com cuidado, mas a falta de resposta dele nas horas seguintes tinha me deixado numa pilha de nervos. A paranóia, aquela voz sussurrada que dizia "ele sabe, ele sabe, ele sabe", estava começando a gritar.
Por que ele não respondeu mais nada? Por que aquele homem controlador estava em silêncio por tantas horas?
— Ele deve estar bravo — murmurei para o travesseiro. — Ele percebeu que eu fui fria e amanhã deve estar vindo pra me buscar.
Eu bufei, virando-me de lado.
Foi quando o celular vibrou na mesa de cabeceira. Dei um pulo, meu coração disparando. Eram sete da noite.
Peguei o aparelho com mãos trêmulas. Era ele.
Desbloqueei a tela, esperando uma mensagem passivo-agressiva, ou uma pergunta sobre o meu dia, ou at