CRISTINA SANTIAGO
O dia amanheceu com um céu azul límpido, mas dentro do apartamento de Rosália, o clima era de uma tempestade.
Eram oito horas e cinco minutos da manhã.
Eu estava terminando de dobrar a última camiseta dentro da minha mala quando a campainha tocou. Não precisei adivinhar quem era. A pontualidade britânica (e obsessiva) só pertencia a um homem.
Quando cheguei à sala, Ethan já estava lá dentro. Ele estava sentado no sofá de dois lugares de Rosália, parecendo grande demais para o móvel e para o apartamento. Ele vestia jeans escuros e uma camisa polo preta que realçava os músculos, parecendo casual, descansado e irritantemente bonito.
Rosália, por outro lado, estava encostada no batente da cozinha, segurando uma caneca de café como se fosse uma arma, vestindo um roupão felpudo e com o cabelo preso em um coque que desafiava a gravidade.
— Você tem algum problema com relógios, Petterson? — Rosália resmungou, tomando um gole audível de café. — Ou você acha que o sol nasce ap