ETHAN PETTERSON
Eu me lembrava de tudo que havia dito. Lembrava-me da raiva, da necessidade de controlá-la, da frustração de vê-la desafiar minha autoridade. Mas ouvir isso saindo da boca dela, transformou aquela lembrança em uma acusação viva.
O mundo perfeito que construí nos últimos dias, estilhaçou-se.
Ela se lembrava.
Não de tudo. Se ela se lembrasse de tudo, ela não estaria perguntando "o que você fez", ela estaria correndo para a porta ou quem sabe procurando uma arma. Mas ela se lembrava de um fragmento. E, claro, tinha que ser um dos piores...
Ela soluçou, encolhendo-se contra a cabeceira, puxando os joelhos para o peito como se quisesse criar uma barreira física entre nós.
Eu estava paralisado. Minha mente que sempre tinha um plano B, C e D, estava em branco. Como eu poderia explicar isso? Como eu poderia encaixar "eu te tranquei no quarto por querer terminar comigo" na narrativa do "romance impulsivo e apaixonado" que eu havia vendido a ela?
Não podia negar. Negar seria cha