CRISTINA SANTIAGO
— Por favor... — sussurrei.
Ele imediatamente se endireitou, focando em mim.
— O quê?
— Aproxime-se. — Gesticulei com a mão. — Eu não... eu não consigo falar tão alto.
Ele pareceu surpreso. Mas atravessou a sala e parou ao pé da minha cama, a uma distância segura.
Agora, de perto, eu podia ver os detalhes e este homem não dormia há muito tempo.
— Como foi? — perguntei.
— O quê? O acidente?
— Não. — Balancei a cabeça, impaciente. — Nós. Como... como nós nos conhecemos?
— A nossa história é... complicada, Cristina.
— Eu tenho tempo. — Brinquei.
Um fantasma de um sorriso tocou seus lábios, tão rápido que quase perdi.
— Nos conhecemos em uma festa. Na véspera de Ano Novo.
— Eu era casada?
— Sim. Você era.
— E nós... nós nos envolvemos?
— Não pense mal de si mesma. Você já tinham se separado. E você estava... com raiva. Determinada. E perto da meia-noite... você me convidou para passar a noite com você. E então eu...
— Eu fiz O QUÊ? — Minha voz saiu em um guincho agudo. O