CRISTINA SANTIAGO
A escuridão se dissipou lentamente, como tinta se dissolvendo em água. Desta vez, foi um despertar suave, quase como emergir de um sono profundo.
Meus olhos se abriram e eu não estava sozinha.
— Ro?
A palavra saiu como um arranhão de lixa. Minha garganta estava em chamas.
A figura na poltrona ao lado da minha cama, que estava cochilando com a cabeça caída para o peito, deu um pulo.
— Cris!
— Água... — consegui sussurrar.
— Sim, claro! — Ela pegou um copo com um canudo de uma mesinha e o levou aos meus lábios. A água fria foi a melhor coisa que eu já senti. — Devagar.
Bebi, sentindo a névoa em meu cérebro começando a se dissipar.
— Ro... o que aconteceu? — Minha voz estava mais forte. — Onde eu estou? O que... o que há de errado comigo?
Rosália puxou a cadeira para mais perto, pegando minha mão. Suas mãos estavam quentes. As minhas estavam geladas.
— Você sofreu um acidente. Muito grave. Você caiu e bateu a cabeça.
— Um acidente? — Franzi a testa, tentando puxar as me