78. A Tempestade Que Está Por Vir
A pergunta de Dorothy me pega completamente desprevenida. Paro de mexer a massa e a encaro, tentando encontrar as palavras certas.
— Eu… — começo, mas a frase morre no ar.
Como explicar algo que eu mesma ainda estou tentando entender?
— Pode ser sincera, querida — ela diz com gentileza. — Não vou julgar.
— É complicado — admito, voltando a mexer devagar. — Nathan é… intenso. Controlador. Às vezes, impossível.
Dorothy ri baixinho.
— Isso mesmo. E?
— Mas também é… surpreendente. Ontem, quando fui sequestrada, ele apareceu sem hesitar. E na banheira, cuidando de mim… — paro, percebendo que talvez esteja falando demais.
— Pode continuar.
— Ele está tentando ser diferente. Mais… humano. E eu gosto dessa versão dele — respiro fundo. — Mas também tenho medo.
— De quê?
— De que seja temporário. De que, quando a novidade passar, ele volte a ser o Nathan de antes. Frio, calculista… — balanço a cabeça. — Não sei se conseguiria lidar com isso.
Dorothy tira mais uma panqueca da frigide