As malas estavam alinhadas no chão.
Charlotte conferiu uma última vez: passaporte, vestidos, escova de cabelo importada e a dignidade (essa meio amassada, mas presente).Suspirou fundo e virou-se para Vivienne, sua mãe, que mantinha a pose de uma rainha prestes a se despedir da princesa em um exílio rural.— Nos vemos no seu casamento, disse Vivienne, com ar teatral.— Nossa, mãe... que tristeza. Até parece que meu casamento é um funeral.Vivienne levantou uma sobrancelha arqueada:— Pelo jeito vai ser mesmo, depois que você saiu na capa de revista com um porco no colo.Charlotte sorriu sem graça.— Talvez... não seja tão ruim. Posso abrir uma loja de grife por lá... mas por favor, mãe, dá um jeito naquela fazenda. Preciso de internet decente e água quente, ao menos!Vivienne deu uma risadinha irônica:— Se vira. — E saiu como se estivesse cruzando u