Charlotte e Savanna saem da casa principal com óculos escuros enormes, roupas camufladas (que na verdade são só roupas floridas da Zuleika), rastejando pela terra vermelha da fazenda como se fossem agentes do FBI do cerrado. Costelinha, de lencinho rosa na cabeça, vem atrás fazendo “oinc oinc” discretos.

— Você tá me ouvindo, Águia 2? — cochicha Charlotte pelo canudinho que finge ser rádio.

—  Sim, Águia 1, visão noturna em pleno meio-dia ativada. — responde Savanna, abaixando ainda mais o boné cheio de lantejoulas.

Costelinha fareja algo, corre até uma moita e enfia o focinho. Sai com um sutiã bege na boca.

— O que ela encontrou? — Charlotte arregala os olhos.

— Isso só pode ser da Clemilda! — diz Savanna, já abrindo o caderno de anotações com a capa escrito “Arquivo Confidencial”.

Charlotte pega com dois dedos.

— Anota aí: imitação barata de patricinha  deixou uma peça íntima na moita