Minhas mãos tremiam tanto que eu mal consegui discar o número de Bia. Minha voz estava embargada, e eu tive que forçar um tom de cansaço.
"Bia, desculpa. Tive uma emergência familiar e preciso voltar para a mansão. Estou indisposta," murmurei.
"O quê? Mas mal chegamos! O Nicholas te deu permissão para sair? Ele estava te olhando de um jeito estranho..."
"É, ele estava lá," eu consegui responder, "e sim, eu estou voltando. Pega meu carro amanhã de manhã no nosso apartamento, por favor. Eu te ligo amanhã."
Eu desliguei antes que ela pudesse fazer mais perguntas, sentindo a culpa de mentir para a minha melhor amiga.
Nicholas já estava me esperando. Ele me conduziu para fora da boate por uma saída lateral, e me enfiou no banco de passageiro de seu carro esportivo preto — um veículo que parecia tão caro e perigoso quanto ele.
O cheiro do couro luxuoso e do perfume dele me sufocava. A mancha de batom vermelho na boca dele havia sumido, provavelmente limpa no caminho, mas a sensação do beijo