Olho pra minha amiga sentada no chão, branca igual papel, e juro que por um segundo achei que ela fosse desmaiar ou invocar algum espírito do uísque.
— Tá tudo bem, Stell… — ela diz com a voz meio arrastada — eu só exagerei um pouco no uísque.
Ah vá. Nem tinha percebido.
Arfo e me sento ao lado dela, encostando a cabeça na parede, enquanto ela joga a dela no meu ombro como se aquilo fosse a coisa mais natural do mundo. Talvez fosse. No nosso caos compartilhado, nada mais era absurdo.
Mas aí, como se o universo dissesse “ei, ainda dá pra piorar”, Samantha aparece do outro lado, se joga no chão com a leveza de quem não carrega nenhuma vergonha e solta:
— Inclusive… — ela pausa, dramática — foi impressão minha ou Leon estava quase te beijando?
Minha alma saiu do corpo. E voltou. E saiu de novo. Eu acho que nem pisquei. Os olhos arregalaram, o ar travou no meio do caminho e por um segundo eu cogitei desmaiar só pra não precisar responder.
— Ele o quê? — Aya gargalha, e não é uma risada co