O tilintar das taças de champanhe e o som da orquestra se tornaram um zumbido distante. O mundo de Lucas Montenegro, tão cuidadosamente construído e impecável, se estilhaçou em mil pedaços no momento em que aquelas palavras saíram da boca de Isabela. Ele a reconheceu. Não o rosto endurecido pela vida, nem o olhar frio, mas a alma. A menina que ria com ele, a garota que prometeu ser sua amiga para sempre, estava ali, na sua frente, armada com ódio e uma verdade que ele se recusava a acreditar.
"Isabela?", ele sussurrou, a voz rouca, quase irreconhecível. Ele estendeu a mão, como se para tocar o rosto dela e confirmar que era real. Seus olhos esquadrinhavam cada traço, procurando a menina que ele conheceu. A dor e a confusão estavam estampadas em seu rosto, substituindo a arrogância que ele usava como escudo.
Isabela sentiu uma onda de satisfação gelada. Era a primeira vez que ela via Lucas desprotegido. Ele a havia esquecido, mas a memória dele, a promessa quebrada, era a única coisa q