Jonathan Schneider não sabe explicar por que, mas hoje, ele sente. Não pensa, não analisa. Sente. Uma urgência silenciosa toma conta de seus passos, como se algo estivesse prestes a acontecer e o mundo gritasse por testemunhas. Sem reuniões estendidas, sem jantares protocolares, sem desculpas. Pela primeira vez em semanas, ele decide ir embora no horário. E quando chama Eduardo para acompanhá-lo, o amigo o olha com estranheza e uma sombra de alívio.
O carro desliza pela avenida, o vidro entreaberto deixando o vento gelado da noite acariciar seus rostos. Há silêncio no início, um silêncio que não é incômodo. É como se ambos estivessem à beira de algo que ainda não se revelou.
— Alguma notícia dela? — pergunta Jonathan, sem rodeios.
Eduardo demora alguns segundos para responder.
— Não. E mesmo que tivesse, eu não teria pressionado. A Marta... precisa de tempo. Quando quiser aparecer, ela tem a chave da minha casa. Sabe que lá ela é bem vinda.
Jonathan assente, mas o maxilar tenso entreg