O copo de cristal tilinta levemente contra a bancada de mármore enquanto Cassandra Reimann ergue a taça de vinho branco, saboreando não apenas a bebida, mas a sensação inebriante de vitória. O sol da tarde atravessa as cortinas de linho e reflete nos móveis caros do seu apartamento de cobertura em Ribeirão Preto, um luxo que ela mesma comprou à vista. Do lado de fora, a cidade parece pequena, quase insignificante, diante do império que ela construiu em silêncio, um império sustentado por contratos milionários, cifras indecentes e a cumplicidade silenciosa de prefeitos e empresários da região de Matão.
Cassandra nunca esteve tão feliz. Tudo está dando certo. Ela está rica, independente e mais respeitada, ou temida, do que jamais foi. E, o mais doce de tudo, cada centavo que entra em sua conta é fruto da esperteza que ela aprendeu a cultivar no Grupo Schneider, onde trabalhou desde que se formou, há quase vinte anos. Um passado que, para muitos, seria motivo de saudade. Para ela, é apen