O sol escapa por entre as nuvens, lançando luz dourada sobre a terra vermelha da fazenda. O céu tem a cor de verão prestes a virar. Há cheiro de calor e de mudança no ar.
Darlene já está de pé, mais firme, embora a palidez ainda lhe marque discretamente o rosto. Mariana a observa de longe, com aquele olhar clínico de quem reconhece os limites do corpo, mas também reconhece a força que mora em certos olhos. E os de Darlene... não são olhos que pedem socorro. São olhos que avisam que já sobreviveram a coisa pior.
— Então você quer ver o tal do meu gado? — Darlene pergunta, brincando, ajeitando o chapéu claro sobre os cabelos presos.
— Quero ver se esse Nelore é tudo isso mesmo ou se é só propaganda de irmão apaixonado — Mariana responde com um meio sorriso, enquanto caminha até ela.
Eduardo, atrás das duas, engole seco. As duas mulheres que mais mexem com a sua cabeça estão ali, lado a lado. Tão diferentes, mas com o mesmo brilho firme no olhar. Ele se pega pensando, o que acontece quan