A presença de Afonso e Cátia na sede do Grupo Schneider provoca um silêncio involuntário, como o de um rei antigo que retorna ao seu castelo. Ao lado dele, Cátia caminha com postura impecável, olhos atentos, como se cada parede da empresa guardasse ecos de decisões passadas. O casal, que um dia comandou o império com punho firme e visão apurada, não volta por acaso. Há mais do que saudade nos passos deles. Há estratégia.
Jonathan os acompanha de perto, com a atenção dividida entre o presente e a urgência que o consome por dentro, a dor de sua família, a ausência de Jeff, a necessidade de continuar liderando enquanto o chão sob seus pés desmorona. O sorriso dele ao encontrar Rui no hall principal é verdadeiro, mas cego.
— Cara! — Jonathan abre os braços e o puxa para um abraço.
— Que bom te ver! Meus pais chegaram e hoje vieram acompanhar tudo de perto. Finalmente.
Rui devolve o gesto, mas está pálido. Os olhos inchados e o sorriso forçado escapam da percepção de Jonathan, ocupado de