Jonathan acordou com um peso no peito que não era apenas físico. O sofá parecia mais duro do que lembrava, e seus músculos reclamavam ao primeiro movimento. O pescoço estava rígido, a cabeça latejava como se tivesse passado a noite em guerra. Na verdade, era isso mesmo. Uma guerra interna, silenciosa, feita de arrependimentos, memórias e ausências.
Sentou-se devagar, esfregando o rosto com as mãos. O silêncio da casa era quase cruel, como se zombasse dele.
Arrastou os pés até a cozinha. Pegou um copo de água, apoiando-se na bancada como se o mármore pudesse sustentá-lo por dentro também. Os olhos caíram numa caneca vermelha com o desenho de um girassol. A preferida de Marta. Ficou olhando para ela por longos segundos, antes de segurá-la com cuidado, como se aquilo fosse tudo o que restava dela. Mas a porcelana estava fria. Assim como a casa. Assim como ele.
Subiu, tomou um banho apressado e vestiu a primeira roupa confortável que encontrou. Estava prestes a sair, mas desistiu. Não ha