Capítulo Sessenta e Seis

Fernanda

Corremos lateralmente, coladas à parede, o metal da porta roçando impiedosamente a pele dos nossos cotovelos a cada passo apressado. O ar frio da madrugada intensificava a sensação de urgência, e a cada curva, o coração acelerava com a expectativa do desconhecido. Pulei uma poça de gelo que se formara na superfície irregular do beco, a água gélida respingando em minhas calças, e, em um movimento brusco, bati o ombro esquerdo na quina afiada da parede, um arrepio de dor percorrendo meu braço. Atrás de nós, a pistola do motorista cantou mais duas vezes, os estampidos secos ecoando no confinado espaço, cada tiro um lembrete vívido da perseguição implacável. Um tirambaço atingiu o painel do furgão à nossa frente, estilhaçando o plástico e espalhando fragmentos que brilhavam à luz oscilante de uma lanterna. O cheiro pungente de diesel recém-derramado misturava-se ao odor metálico da pólvora, criando uma atmosfera opressora e perigosa. A luz da lanterna, manejada freneticamente por
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