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Capítulo Um — Antes da Tempestade

Seis anos depois... San Francisco, Califórnia

Sophia Foster

Me sinto tão cansada. Desde que assumi a gestão das empresas do meu pai, não tenho tido tempo para mais nada — nem mesmo para me dedicar à organização da minha festa de casamento, que está prevista para acontecer em menos de duas semanas.

Ainda bem que tenho a Maya, minha irmã e assistente pessoal, para me ajudar com tantos compromissos e responsabilidades. Estamos dividindo nosso tempo entre as demandas da empresa e os preparativos para o evento. Mamãe ajuda, mas nem tanto. Às vezes, penso até que ela é contra essa união com o Simon, o que me deixa confusa, porque ela o adora — acho que até mais do que a mim.

E o Simon, hein? Nos últimos meses, ele tem estado muito distante e estranho. Trabalhamos na mesma empresa: ele é diretor de produtos na companhia onde meu pai e o dele são sócios. Minha família possui a maior parte das ações, o que deu ao meu pai o direito de me nomear CEO assim que concluí meu doutorado em TI. Sou obcecada por tecnologia e me dediquei intensamente aos estudos nessa área para assumir o legado do meu pai. Existe ainda um terceiro sócio, que detém a menor participação entre os três, e é pai da Emily, minha melhor amiga.

— Sophia, tem um minuto? — Maya b**e à porta e aparece na entrada da minha sala. Já imagino que vem problema.

— Se for rápido, posso sim. Tenho todos esses contratos para revisar e nem sei por onde começar — respondo, enquanto organizo a papelada sobre minha mesa.

— Eu estava revisando sua agenda com a Grace e quase surtei, Sophia! Por que você agendou uma viagem três dias antes da sua festa de casamento? — Ela realmente parece prestes a surtar, e eu também. — Você vai chegar apenas um dia antes, e sabe quantas coisas ainda precisamos resolver? Teremos o jantar de ensaio com as famílias e padrinhos, o ensaio na igreja... Como vamos fazer tudo isso com você longe?

— Nossa, Maya, eu nem me dei conta disso. Ando tão atolada de compromissos que nem reparei nas datas. Do que se trata a viagem? — Parece brincadeira perguntar, mas viajo com tanta frequência para verificar o andamento das nossas instalações em outros estados — e até fora do país — que preciso me inteirar constantemente dessas viagens com a Grace, minha secretária, ou com a própria Maya.

— Você tem que ir a Boston, Massachusetts, para uma reunião com os gerentes de produção da nova parceria da Foster Technological — percebo uma inquietação na Maya, além da que já é de costume.

— Mas essa reunião estava marcada para o início da semana, e quem deveria ir era o Simon. Ele é o diretor de produção e já conversamos sobre tudo o que deveria ser tratado com a equipe de gerentes que participaria — fico confusa com essa notícia. Meu noivo não me informou nada disso.

— Eu sei disso — ela está irritada só de ouvir falar do Simon. — Seu noivinho remarcou a reunião e pediu para que você o substituísse.

— Quando ele fez essa alteração? A Grace não pode marcar nada sem me informar — isso está me deixando irritada.

— Ela acabou de ser informada pela assistente dele. E, para completar, o Simon viajou e não disse para onde foi — Maya me olha com aquela expressão que diz: “Eu te avisei que ele ia aprontar.”

Fico em silêncio por alguns segundos, tentando processar tudo. O casamento se aproxima, os compromissos se acumulam, e agora essa viagem inesperada. Algo está fora do lugar — e talvez eu esteja prestes a descobrir o que é.

— Viajou? — sinto um frio no estômago. — De onde saiu essa viagem? O Simon não me falou nada sobre nenhuma viagem. Ele sabia da importância dessa reunião. Essa parceria vai nos trazer um grande investimento, e não podemos perder essa chance — levanto da mesa e começo a andar pela sala. Tem algo errado nessa história. — Será que o papai sabe disso?

— Sophia, me desculpe a franqueza, mas eu sou a sua assistente, não do Simon nem do papai — ela está irritada, e eu não entendo o motivo. — Não adianta me fazer esse monte de perguntas, porque eu não vou saber responder, irmã.

— Tudo bem — tento acalmar os ânimos para deixá-la menos irritada, ainda que não saiba o porquê de tanta tensão. — Vou ligar para o papai e para o Simon. Preciso saber o que aconteceu — volto para minha mesa, tentando me acalmar também. — Se não houver como mudar a data da reunião em Boston, vou tentar adiantar o máximo possível para voltar o quanto antes, está bem?

— Irmã, abre o olho. É o seu casamento, um momento importante, e só eu e você estamos correndo para que tudo aconteça — ela fala desanimada e irritada ao mesmo tempo. — Cadê a mamãe e a Eva? É o casamento do filho dela também. Já não basta você carregar essa empresa nas costas ultimamente?

— O que você quer dizer com isso, Maya? Tenho a sensação de que você sabe de alguma coisa que eu não sei — vejo um lampejo de dúvida em seus olhos.

— Eu não estou sabendo de nada, Sophia. Só não gosto de te ver se dedicando tanto a essa empresa e a esse relacionamento há tanto tempo, sem receber o mesmo da parte dele. Acho o Simon um grande babaca, e isso não é novidade para você.

— Você sempre implicou com ele, isso sim — ela se levanta e vai em direção à porta.

— Só acho que você merecia alguém melhor que ele, mas isso só diz respeito a você — diz, e sai da minha sala, fechando a porta atrás de si.

Fico ali, sozinha, encarando a tela do computador e os papéis sobre a mesa. A viagem, o silêncio do Simon, a irritação da Maya... tudo parece fora de lugar. E, pela primeira vez, começo a me perguntar se estou ignorando sinais que já estavam diante de mim há muito tempo.

A Maya sempre implicou com o Simon. Sempre achei que fosse ciúmes da parte dela. Éramos muito próximas — ainda somos — mas, desde que começamos a namorar, ela se mantém um pouco afastada quando ele está por perto. Eu e o Simon estamos juntos desde a faculdade, mas já nos conhecemos desde sempre, por conta da convivência entre nossas famílias. Eu, ele e a Emily crescemos juntos; ela é minha melhor amiga, e o Simon sempre saía com a gente. Quando eu estava na metade do curso de TI e ele cursava Administração, começamos a namorar. Sempre que podíamos, viajávamos os três juntos, em passeios e aventuras por aí.

Minha irmã, dois anos mais nova, a Maya, nunca quis nos acompanhar. Ela não vai com a cara do Simon, nem da Emily. Implica com eles desde sempre, e eu nunca entendi o motivo. Sempre achei que fosse ciúmes — nunca gostou de me dividir com ninguém, e até hoje é assim.

Decido ligar para o meu pai para entender essa mudança de datas, ainda mais tão próxima do meu casamento. Essa parceria é de grande importância para nossa empresa. Depois de o mundo enfrentar uma pandemia que afetou toda a economia global, causando perdas em todas as áreas, não podemos desperdiçar oportunidades de recuperar o que foi desacelerado pelos danos causados pelo Coronavírus — ou Covid-19, como ficou conhecido e classificado pela ciência.

— Alô, como vai, Sophia? — diz o Sr. Sebastian Foster assim que atende.

— Olá, papai. Estou bem, e você? Está na sua sala? Preciso falar com você.

— Estou bem, filha. Acabei de entrar na minha sala. Quer vir até aqui?

— Agora mesmo. Chego aí em dois minutos — encerro a ligação e sigo em direção à sala onde ele governa seu império tecnológico.

Enquanto caminho pelos corredores da empresa em direção à sala do meu pai, sinto o peso de uma inquietação que não consigo ignorar.

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