Sophie Narrando

Eu estava no meio da maquiagem, me preparando pra mais uma daquelas festas em que todo mundo sorri, mas ninguém se suporta, quando meu celular vibrou em cima da cama. Olhei a tela. Número desconhecido. Atendi por puro tédio.

— Alô?

Nada.

— Alô?

A respiração do outro lado era audível. Fria. Tensa.

— Quem tá falando?

Silêncio de novo. E então uma voz feminina, rouca e carregada de ódio respondeu:

— Aproveita bem os seus dias, Sophie. Porque eles estão contados.

Engoli seco. — Quem é você?

Mas a ligação caiu. E eu fiquei ali, encarando meu próprio reflexo no espelho com a mão tremendo.

Tentei rir daquilo. Alguém tentando me intimidar por telefone? Por favor, isso era coisa de filme ruim. Mas… algo naquela voz me arrepiou inteira. Tinha ameaça, tinha raiva — e mais do que tudo — tinha certeza.

Peguei meu vinho, dei um gole generoso e tentei me convencer de que era só uma brincadeira idiota. Talvez alguma das "amiguinhas" da Priscila querendo bancar a justiceira.

Mas no fu