Everton Narrando
Quando ela abriu a porta, meu coração deu um pulo no peito.
Priscila. Linda, com aquele olhar desconfiado e firme. Sempre tão forte, mesmo quando eu sabia que ela estava tentando esconder o quanto eu ainda a afetava. Ela não disse nada de imediato, só me encarou como se estivesse tentando decifrar se eu era real ou só mais um problema batendo à porta.
E, sinceramente? Eu não a culpo. Eu ferrei tudo. De novo.
— O que você está fazendo aqui? — ela perguntou, com aquele tom que misturava surpresa, raiva contida e... algo mais. Algo que me deu esperança.
Por um segundo, eu congelei. Queria falar tudo, dizer que não parei de pensar nela desde o dia em que a vi de novo. Que aquele lenço antigo que mandei era só a primeira desculpa pra bagunçar tudo nela de novo. Mas eu fiquei em silêncio. Eu não sou bom com sentimentos. Eu ajo, corro atrás, tomo decisões rápidas... mas com ela? Eu travo.
— Eu... precisava falar com você, Pri — foi tudo que consegui dizer, e até isso saiu c