Ana Kelly Narrando
A luz fraca do quarto atravessava minhas pálpebras fechadas. Aos poucos, fui sentindo meu corpo mais leve, como se tivesse flutuando num lugar entre o sonho e a realidade. Quando abri os olhos, tudo parecia meio embaçado. Pisquei algumas vezes até enxergar melhor… estava deitada, coberta, com o som de máquinas monitorando meus sinais vitais ao fundo.
Meu coração acelerou na mesma hora.
— Antonela…
Minha voz saiu fraca, um sussurro rouco. Tentei me levantar, mas o corpo não respondia com a força que eu queria. Foi quando senti a mão de Anthony segurando a minha.
— Calma, amor… você foi sedada. A médica achou melhor… você tava em colapso.
Virei o rosto devagar até encontrar os olhos dele. Estavam vermelhos, marcados de cansaço, mas ainda assim cheios de firmeza. Ele me olhava como quem tenta sustentar os dois: ele e eu.
— Quanto tempo eu dormi? — perguntei com a voz embargada.
— Algumas horas… era preciso. Você precisava descansar, respirar um pouco. A gente ainda va