Sinopse Anthony Carter é um homem acostumado a ter tudo o que quer. CEO de uma das maiores empresas do país, ele já teve mulheres aos seus pés, dentro e fora do escritório. Mas tudo muda quando sua última secretária decide abandonar o emprego — e a vida de excessos que ele oferecia — para se casar. Ferido em seu orgulho e sem vontade de mudar, Anthony encontra conforto no fundo de um copo, durante uma noite tumultuada após uma discussão com Bárbara, sua atual amante e assessora. Nesse bar, o destino coloca Ana Kelly em seu caminho. Turista em uma cidade desconhecida, Ana nunca imaginou que uma simples conversa com um estranho mudaria sua vida para sempre. Para Anthony, o encontro não é apenas casual. Algo em Ana desperta nele uma obsessão que ele nunca experimentou antes. Decidido a não deixá-la partir, Anthony toma uma decisão impulsiva e perigosa: manter Ana por perto, a qualquer custo. Ana, agora presa em um mundo de luxo, poder e controle, tenta compreender os motivos por trás da obsessão de Anthony enquanto luta para manter sua sanidade e sua liberdade. Mas será que esse sentimento, inicialmente avassalador, pode se transformar em algo verdadeiro? Ou Ana estará destinada a ser apenas mais uma peça no jogo de poder de Anthony? *Entre o Amor e o Cárcere* é uma história sobre paixão, obsessão e os limites entre o desejo e a liberdade. Num jogo onde sentimentos e poder colidem, quem sairá vencedor?
Leer másAnthony Narrando
Eu, Anthony Carter, 35 anos, CEO de uma das maiores empresas de tecnologia do país, sou conhecido por ser implacável. Não por prazer, mas porque aprendi, desde cedo, que a vida não tem piedade. Meu pai, Richard Carter, não teve a menor cerimônia em me ensinar isso. E eu aprendi bem a lição. O mundo é uma selva, e quem vacila morre. Simples assim. Minha empresa, minha reputação, meu controle — isso não está à venda. E a traição? Não, eu não tolero traição. Não aquelas dramáticas, que os tolos se apaixonam, mas as reais, as de quem se volta contra você. Lealdade é tudo. Ou você é meu, ou você não é. Foi isso que me fez quase explodir quando Carla entrou na minha sala com aquele semblante fechado. Sabia que algo estava errado antes mesmo dela abrir a boca. Ela entrou com aquela pasta nas mãos, o semblante sério demais, e o ar estava pesado. — Desculpe, Anthony, mas... preciso conversar com você. Eu a olhei com desconfiança. Carla sempre foi a mais eficiente, a mais leal, mas algo estava em sua voz, algo que fez meu instinto de alerta disparar. — O que houve? — Eu a desafiei, a tensão já começando a apertar o ar entre nós. Ela hesitou um segundo, e eu senti a mudança. Era raro ela vacilar, e isso me fez prender a respiração. — Eu... não posso mais trabalhar aqui. — Ela disse, calmamente, e eu ri, sem humor. — Como assim, "não pode"? Ela colocou a pasta sobre minha mesa, e quando abri, o ódio brotou instantaneamente: uma carta de demissão. Não. Isso não podia estar acontecendo. — Eu vou deixar a empresa. Eu... vou casar. — Carla disse, com uma tranquilidade que me cortou. A risada que saiu da minha garganta foi amarga, venenosa. — Casar? E você vem aqui me dizer que vai jogar tudo isso fora, por um casamento? O que ele tem de especial? — Eu a desafiava, o sangue fervendo em minhas veias. Ela me encarou, sem uma gota de hesitação. — Ele me dá paz, Anthony. E eu preciso disso. A palavra "paz" me fez sentir um calafrio. Paz? O que era isso? Uma desculpa de fracote para a mediocridade. — Paz? O que você acha que construiu comigo, Carla? Uma vida cheia de paz? Não existe paz nesse mundo, você sabe disso. Ela olhou para mim com frieza. A expressão dela não mudou. Não havia mais espaço para o Anthony que ela conhecia, e isso me fazia ferver de raiva. — Eu preciso disso, Anthony. — Ela falou, e só por um instante, eu percebi o peso da decisão dela. Eu não a tinha mais, e nem sabia como reagir a isso. Antes que eu pudesse responder, a porta se abriu com um estalo, e lá estava Bárbara, como sempre, entrando sem cerimônia, com aquele sorriso provocador. Ela não disse uma palavra. Apenas atravessou a sala, com aquele passo elegante e cheio de confiança, e foi direto para mim, sem nem um pingo de respeito por Carla. Quando se aproximou, me abraçou, como se não houvesse ninguém além de mim. Sem me dar chance de reagir, ela selou o abraço com um beijo quente e inesperado na minha boca. O estalo da raiva subiu na minha garganta. Eu queria empurrá-la, mas me vi paralisado por um segundo, minha mente começando a girar em torno daquela cena. Bárbara se afastou lentamente, me lançando um olhar cúmplice, e eu pude sentir a frieza nos olhos dela. Aquela mulher sempre soube como mexer comigo, como me tirar do sério. Mas Carla não era de ficar quieta. Ela levantou a voz, cortante e cheia de indignação. — Você está realmente fazendo isso, Bárbara? Entra na sala sem nem se importar com nada e ainda beijou ele na minha frente? — Ela estava tremendo de raiva, a voz dela se elevando. Bárbara não hesitou, deu um passo em direção a Carla, com o mesmo tom desafiador. — Você vai ter que aprender a lidar com a realidade, querida. Isso é o que Anthony quer. Você está apenas jogando fora uma vida cheia de possibilidades, enquanto ele... — Ela deu um sorriso sarcástico e olhou para mim. O ar ficou tenso. Eu podia sentir o ódio e a frustração em Carla, e eu... não sabia mais o que sentir. Meu corpo estava gelado, mas minha mente estava um caos. — Me respeite, Bárbara, ou você vai se arrepender — Carla gritou, o rosto vermelho de raiva. Eu podia ver a tensão crescendo. A briga estava prestes a explodir, e eu sabia que aquilo não acabaria bem. Bárbara, no entanto, não se intimidou. Ela se aproximou de Carla com uma atitude arrogante. — Você acha que vai me intimidar? Sério? — Bárbara provocou, rindo de forma desdenhosa. Antes que as coisas pudessem escalar ainda mais, eu precisar falar com firmeza, minha raiva já tinha se transformando em frieza. — Chega. — Olhei para Carla e vi que ela estava prestes a responder. — Você já tomou sua decisão. Vá. Não espere que eu mude de ideia. Bárbara ainda estava, de braços cruzados, observando com prazer o desespero de Carla. Quando ela se virou para ir embora, Bárbara deu uma última olhada para mim. — Isso é o que você quer, Anthony? Uma vida vazia de lealdade e paz? — Ela perguntou, com um tom de ironia, antes de sair, deixando-me com a sensação de que havia perdido mais do que imaginava. Eu fiquei, sozinho, com a raiva se dissolvendo em um vazio profundo. Eu havia perdido. Perdi Carla, e ainda pior, perdi o controle de tudo. Ela acha que vai se casar, mas não vai mesmo, só se eu estiver morto........Epílogo(Alguns anos depois...)O tempo passou. Não voou, nem correu... apenas seguiu seu curso. Leve, sereno, como quem sabe que o que é sólido permanece mesmo quando as estações mudam. E o que ficou foi amor. Uma história que começou com dúvidas, cicatrizes e recomeços... e que floresceu.Ana Kelly caminha pelo quintal da nova casa dos Carter com uma xícara de café na mão. Os cabelos soltos dançam com o vento da tarde. No colo, a pequena Lara, sua segunda filha com Anthony, dorme serena. TomTom corre atrás de uma borboleta, com Antonela gritando atrás: "Cuidado com o jardim da vovó!". Sim, agora Ana Kelly é oficialmente nora e filha da Luísa Carter, que senta na varanda ao lado do marido, Arthur, com um sorriso que só o tempo sabe explicar.Anthony sai da casa rindo com Álvaro, agora com 15 anos, quase da altura do pai. Já não há mais estranhamento nos olhos do menino. Ele sorri fácil, abraça com força, chama Ana de tia, e quando ninguém vê, a chama de mãe do coração. Ele encontrou
Anthony narrandoA festa tava acontecendo diante dos meus olhos, mas parecia um sonho. Um daqueles que a gente tem medo de acordar e descobrir que não era real. Mas era. Eu tava ali. Casado. Com a mulher que eu lutei, que me salvou, que me ensinou o que é amor de verdade. Ana Kelly agora era minha esposa. Minha mulher. Meu lar.As luzes do salão refletiam nos olhos dela enquanto dançava com a TomTom no colo. Nossa filha. Nossa razão. A pequena olhava pra mim e esticava a mãozinha, chamando. Me levantei devagar, o peito cheio, o coração transbordando. Caminhei até elas e segurei as duas com um braço só.— Vocês são meu mundo — sussurrei.Ana sorriu, com aquele olhar que me desmonta desde o primeiro dia. O DJ trocou a música, e a galera já tava animada. As crianças corriam entre as mesas, o Álvaro ria com o Enzo, e até o Vitor, que sempre foi mais sério, tava com a Marcela dançando um forrozinho. O Estevão passou com a Karen, os dois com sorrisos largos. A Jéssica veio me abraçar e diss
Ana Kelly narrando O meu dia… foi simplesmente inesquecível. Acordei cedo, com o coração disparado no peito, mas logo fui cercada por pessoas que amo. Passei o dia inteiro ao lado da Luísa, que pra mim é mais do que sogra — é mãe. A mulher que me acolheu desde o primeiro dia, que enxergou em mim muito além do que eu mesma via. Foi ela quem segurou minha mão em tantos momentos… e hoje não seria diferente. Karen, minha melhor amiga, minha irmã de alma, tava comigo também. Sempre risonha, sempre prática, sempre me equilibrando. Ela foi quem me lembrou de respirar fundo quando as mãos começaram a suar. E junto com ela, estavam Jéssica e Marcela. As irmãs que a vida me deu, que a caminhada trouxe. Cada uma com sua história, com sua força, mas todas com o mesmo carinho por mim. Tivemos um dia de princesa. Spa, massagem, maquiagem, cabelo… risadas e lembranças. Tiramos fotos, brindamos com espumante, e em cada olhar delas eu via orgulho e amor. Foi leve. Foi mágico. E agora, enqua
Anthony narrandoAinda não caiu a ficha.Parece que foi ontem que eu conheci a Ana Kelly naquele bar. Que ela me olhou com aquele jeito de quem não acreditava muito em mim — e com razão. Eu também não me reconhecia mais naquela época. Mas hoje… hoje eu tô aqui, de terno alinhado, cercado pelos meus amigos, meu pai ao meu lado, e o coração batendo como se eu tivesse vinte anos e fosse pedir ela em namoro pela primeira vez.Mas não. Hoje é mais que isso.Hoje eu vou casar com a mulher que mudou minha vida.— Tá nervoso, irmão? — Vitor perguntou, rindo, ajustando a gravata no espelho.— Um pouco. — Sorri de canto, olhando meu reflexo. — Mas é um nervoso bom, sabe? Aquela ansiedade de saber que tô fazendo a melhor escolha da minha vida.Meu pai, Arthur Carter, me olhou com aquele semblante calmo e firme que sempre teve.— E está mesmo, filho. A Ana Kelly é uma mulher admirável. E eu tô muito feliz por ver você viver isso. Você merecia esse recomeço.Assenti, sentindo o peito apertar. Eu o
Ana Kelly narrandoNove meses. Parece que foi ontem que estávamos naquela ligação de vídeo, comemorando as notícias das gestações da Jéssica e da Marcela, e agora… agora tudo estava prestes a mudar de novo. Eu ainda tava de roupão, ajeitando o cabelo na frente do espelho, quando o telefone tocou. Era a Karen, a voz animada e ansiosa do outro lado da linha:— Amiga! A Marcela tá indo pro hospital! E a Jéssica também! As duas! Tá acontecendo!Dei um pulo.— Como assim as duas ao mesmo tempo? — perguntei rindo, já abrindo o armário pra me trocar. — Tu tá de sacanagem, né?— Tô falando sério! A Marcela tá indo pro São Pedro e a Jéssica pro mesmo hospital, porque o médico das duas tá lá hoje. Vem logo!Desliguei rindo e corri pro quarto.— Anthony! Amor! Levanta! Nasceram! Quer dizer, vão nascer! A Vitória e o Marcos! Hoje!Ele saiu do banheiro com a toalha na cintura, o rosto surpreso e cheio de sono.— Como assim hoje?! As duas?— As duas! Já tô me trocando. Deixa eu só arrumar a bolsa d
Sr. Carter narrandoAcordei mais cedo do que o normal naquele sábado. Talvez fosse a ansiedade, talvez fosse a sensação estranha — e ao mesmo tempo bonita — de estar celebrando o aniversário de um filho que eu só descobri há poucos meses. Onze anos. O garoto tinha onze anos. E hoje a casa tava em festa.Desci as escadas devagar, e já dava pra sentir o cheiro de bolo, salgadinho frito e risada de criança. A Antonela corria de um lado pro outro com um apito pendurado no pescoço, achando que era árbitra. A Ana Kelly organizava as bexigas com a Karen, enquanto a Luísa dava os toques finais na mesa do bolo, toda decorada com bolas, traves e os escudos dos principais times.O tema da festa era futebol. E não poderia ser outro. O Álvaro era apaixonado por bola. Perguntaram se ele queria super-herói, videogame, personagens… ele respondeu direto: “Quero futebol, porque quero correr, suar, brincar com todo mundo”.— Ele puxou o senhor — a Ana Kelly disse mais cedo, quando o viu vestindo a cami
Último capítulo