Ana Kelly Narrando
Senti a fraqueza tomar conta do meu corpo inteiro, como se cada pedaço de mim estivesse despedaçado. A dor no peito era tanta que parecia que alguém tinha colocado um peso enorme ali, esmagando meu coração e tirando o ar dos meus pulmões. Eu chorava baixinho, como se o choro pudesse me salvar, mas era só um grito silencioso preso na garganta.
Meus joelhos tremiam, e eu mal conseguia ficar de pé. A sensação era de que eu estava sendo arrancada da minha própria vida, daquele momento que deveria ser só de alegria e esperança. Em vez disso, o medo e o desespero me engoliam, e eu não sabia para onde correr, para quem gritar.
— Anthony... — minha voz saiu trêmula, quase um sussurro —, onde tá a nossa filha? Cadê a Antonela?
Ele tentou me abraçar, mas eu afastei, nem conseguia me segurar direito. Queria sentir aquela presença forte dele, aquela segurança que sempre me acalmava, mas naquele momento, nem ele conseguia segurar o furacão que eu estava por dentro.
A cabeça rod