Anthony Narrando
O que eu sentia nesse momento? Não tinha palavra exata. Era uma mistura de medo, angústia e uma urgência desesperada que parecia me sufocar. A Ana estava aqui, na minha frente, mas de repente ela sumiu. Não foi ela que foi embora, foi como se o corpo dela tivesse me abandonado de uma hora para outra.
Quando ela chamou meu nome pela última vez, eu senti meu coração pular da boca. Foi o momento em que tudo que eu tinha dentro de mim desabou. Eu me ajoelhei ao lado dela, segurando firme as mãos trêmulas, tentando fazer com que ela voltasse, que me ouvisse.
— Ana, fica comigo! — eu gritava, a voz embargada, sufocada pelo medo que corria pelas minhas veias.
Eu não sabia o que fazer. As pessoas no hospital continuavam seus afazeres, mas pra mim parecia que o tempo tinha parado. Só existia ela, caída aqui, como se tivesse se rendido a uma força invisível que a puxava pra longe.
Tentei mexer nela, chamar socorro, mas a minha voz soava pequena perto da minha aflição.