Sr. Carter Narrando
Acordei mais cedo do que o habitual. Luísa já estava na cozinha, mexendo no café, com aquela expressão de quem não dormiu bem. Com tudo que aconteceu com a Antonella, era impossível dormir em paz. A casa estava silenciosa, mas o coração da gente não descansava.
Fui colocar a camisa quando ouvi a porta se abrir. Caminhei até a sala e lá estava Josefa, de bolsa no ombro e cara cansada. Tão teimosa quanto generosa.
— Bom dia, patroa... — ela disse, tirando os sapatos e entrando.
Luísa se virou no mesmo instante, cerrando os olhos.
— Bom dia, nada! Que história é essa de vir trabalhar, Josefa? Você passou a noite no hospital!
— E daí, Dona Luísa? A Ana Kelly e o Anthony ainda estão com a Dona Antonella. Eu vim pra manter as coisas em ordem.
— Ordem? Que ordem o quê, mulher! Você tá se arrastando. Vai subir, tomar um banho e dormir!
— Patroa, eu tô bem. Trabalhar não mata não.
— Não, mas cansa! E uma noite de hospital não é noite de princesa pra ninguém, muito menos pr