Estevão Narrando
O despertador nem precisou tocar. O cheiro do café fresco e do sabonete de frutas dela já me arrancou da cama antes mesmo do sol subir direito. Abri os olhos e dei de cara com aquela cena que eu jamais ia cansar: a Karen de costas, enrolada só na toalha, colocando o café na mesa da varanda. Aquela pele morena, brilhando sob a luz fraquinha da manhã… Ah, minha mulata, minha perdição.
Levantei devagar, só de cueca, fui até ela, puxei pela cintura e colei meu peito nas costas dela. Ela deu aquele risinho safadø, tentando se soltar.
— Estevão… vai esquentar o café — ela ralhou, mas ficou quietinha quando dei aquele beijo demorado na nuca.
— Café esfria… mas você me aquece — respondi no meu tom mais sacana.
Ela virou de frente e me empurrou, brincando, mas logo me puxou de volta praquele beijo que me deixava sem fôlego. Ficamos ali mais um tempo, só curtindo o silêncio da manhã, até que ela me empurrou de novo, dessa vez com mais força.
— Vai tomar banho, homem! Tu não di