Luísa Narrando
Aquele trajeto até o hospital foi o mais longo da minha vida. Mesmo dirigindo com foco, sentia meu peito apertado. Do lado, Ana tremia, com os olhos perdidos e as mãos suando. Tentei ser forte por ela, tentei passar segurança, mas por dentro… por dentro eu só pedia a Deus pra não ser nada grave.
Quando avistei a placa do hospital, apertei o volante com mais força. Ana se adiantou no banco, ansiosa, e assim que estacionei, ela saiu correndo do carro como se o chão tivesse pegando fogo. Desci logo atrás, preocupada com a tontura dela, com o nervoso que tava visível no rosto pálido.
— Calma, Ana! Espera! — chamei, alcançando ela na porta da recepção.
Ela nem me ouviu. Seguiu direto pra atendente, perguntando da Antonella com a voz embargada, quase gritando. O olhar dela era de desespero puro.
— Minha avó… Antonella… ela entrou agora há pouco… cadê ela?
A moça da recepção reconheceu o nome, assentiu com a cabeça e logo se levantou.
— Já estão atendendo ela, senhora. Sigam