Ana Kelly Narrando
— Vó! — gritei de novo, com a voz embargada, já com os olhos marejados.
Meu coração disparou. Minhas mãos tremiam. Ela tava mole, sem responder, os olhos semicerrados. Aquilo me paralisou por dentro.
— Alguém me ajuda, por favor! — berrei, olhando pras meninas, desesperada.
Marcela já ia ligar pro SAMU, a dona Josefa tentava segura a minha vó, e a Karen tentava me acalmar, mas eu não conseguia ouvir mais nada. Só o barulho do meu peito apertado e o som da minha respiração descompassada.
— Por favor, não, vó… você não pode me deixar — murmurei, segurando a mão dela com força. — A senhora é tudo que eu tenho…
A porta da casa abriu com força bem nessa hora. Era o Anthony. Ele entrou num impulso, o olhar arregalado, indo direto onde a vó tava caída.
— Que que aconteceu? — ele perguntou já se abaixando, pegando a vó nos braços com cuidado, mas rápido, firme. — Antonella? Antonella?!
— Ela… ela desmaiou do nada, Anthony! — gritei, já chorando — A vó… a minha vó…
Ele nem