Estevão Narrando
Quando recebi aquela mensagem do Anthony, o coração quase saiu pela boca. “Tira a vó da Ana do hospital agora. A coisa vai azedar”. Não era o tipo de recado que ele mandava sem motivo. E quando o Anthony ficava tenso… é porque o inferno já tava se abrindo.
Foram segundos. Liguei direto pros seguranças que tavam de plantão perto do hospital. “Peguem a idosa. Sigam o plano de evacuação. Mandem localização em tempo real.” Assim que os vídeos começaram a chegar no meu celular, vi os homens do meu pai invadindo o hospital como se fosse uma operação militar. Zero erro. Rápidos, precisos. Uma parte entrou, outra cercou a saída. E quando vi que a vó da Ana tava segura dentro do carro blindado, respirei. Por cinco segundos, só cinco.
Chegando no lugar seguro, uma das nossas casas de apoio na zona norte, encontrei a avó no sofá, pálida, claramente abalada com tudo. O rosto dela transparecia o cansaço de uma vida inteira, mas a preocupação com a idosa deixava tudo mais intenso.