Gael sentiu seu coração disparar ao ver a pequena menina no colo da senhora que apareceu à porta.
 Seu olhar se fixou na bebê, os olhos azuis tão familiares e os traços que lembravam os seus.
 Ele quase esqueceu onde estava, quem era, o que o havia levado até ali. Tudo o que importava naquele momento era aquela criança que parecia irradiar uma pureza que ele não sabia mais existir no mundo.
 Cecília, por sua vez, ficou paralisada, os sentimentos de medo e emoção se chocando dentro dela como uma tempestade. Antes que ela pudesse reagir, sua avó, com uma expressão tranquila e um olhar afetuoso, disse:
 — Cecília, talvez seja melhor você convidá-lo para entrar. Ele merece saber a verdade, e até quando você ficará refém das ameaças daquela mulher?
 Gael respirou fundo, a tensão em seu corpo era palpável. Sua voz saiu carregada de surpresa e preocupação:
 — Boa noite, senhora. Ameaças? Do que está falando? A quem está se referindo?
 Ele olhou para Cecília com intensidade, tentando decifr