Inicio / Romance / O Bilionário Obcecado e a Babá Virgem do Clube Proibido / CAP. 6- (Versão Sexy sem Querer) Acidente de Trabalho
CAP. 6- (Versão Sexy sem Querer) Acidente de Trabalho

Pov Clara

Antes que pudessem responder, a porta se abriu.

Eudora entrou com uma bandeja.

Levantei-me num pulo, ajeitando a blusa, já esperando minha demissão. Ela olhou as meninas na piscina de bolinhas, depois eu, descabelada.

— Ninguém está chorando? —ela arqueou uma sobrancelha. — Humm. Hora do lanche.

Ela colocou a bandeja na escrivaninha.

Ângela saiu da piscina de bolinha molenga. Olhou para mim. Para Eudora. Para mim.

Eu me preparei para o pior.

— Ela não é tão estranha, Eudora — disse Ângela, séria.

— E sabe separar as bolinhas azuis — Geovana completou. — Ela pode ficar. Até a gente cansar dela.

Juro que vi um micro sorriso escapar do canto da boca de Adelaide.

— Muito bem, Srta. Menezes. Por enquanto, tudo certo.

— A gente pode ir para a piscina lá embaixo? — Ângela perguntou.

— Você sabe nadar, Srta. Menezes? — perguntou me encarou.

Acho que ela acreditava que, além de pobre, eu era analfabeta em flutuação.

— Sim, eu sei.

— Ótimo. Troque-as e leve para a piscina. Não precisa entrar. Vai que essa roupa sua encolhe ainda mais.

— Claro — respondi.

— Se der tudo certo até o fim do dia, o serviço é seu. Começa amanhã. O Sr. Cavallieri exige pontualidade britânica. Onze da manhã.

As meninas saltaram animadas assim que a porta abriu, correndo pelo corredor como se o mármore importado fosse um playground particular. Eu fui atrás, rezando para não torcer o tornozelo meus saltos emprestados já tinham declarado guerra contra mim no minuto em que botei o pé dentro da casa.

A cada passo, a sensação aumentava: aquela casa não era normal. Era rica demais. Silenciosa demais. Grande demais. Tipo… mansão de filme de gente perigosa. Tipo a mansão da casa Hills. E tinha segurança demais.

Dois deles estavam do lado de fora, perto das portas de vidro que davam para a área da piscina. Uniformes impecáveis. Postura rígida. Ar de “já matei alguém, mas também sei fazer um latte perfeito”.

Eu olhei para eles com aquele sorriso tímido de quem tenta parecer profissional, mas um deles devolveu com o olhar como se estivesse me avaliando... não profissionalmente.

Por que todo mundo nessa casa é bonito?

É algum tipo de requisito?

Assinou contrato com o Adrian Cavallieri, ganha plano de saúde, bônus anual e beleza divina grátis?

Desço os degraus para orla da piscina.

Ajeito a blusa apertada demais, os botões lutavam pela vida e tento ignorar o fato de que sou, oficialmente, a única pessoa feia, pobre e desajeitada num raio de três quilômetros.

As meninas nem notam meu colapso social.

Já estavam na piscina, jogando uma bola rosa que quica na água e volta para as mãos delas como um presente dos deuses.

Eu me sento numa espreguiçadeira branca, tirando o blazer apertado que estava cozinhando meus ombros. Fico ali observando, finalmente respirando, enquanto penso sobre aquela casa que parecia um bunker de luxo.

A empresa dele… parecia que era de tecnologia. Foi o que eu ouvi. Ou talvez finanças. Ou talvez tráfico de órgãos, porque sinceramente, ninguém normal mora assim.

Mas tudo bem. Eu precisava do emprego, de dinheiro e de dignidade. Ainda tinha duas dessas coisas.

Enquanto observo as meninas brincarem, deixo minha mente entrar no automático.

Eu nunca tinha sido babá, mas estava no indo para o segundo semestre da faculdade. Tinha visto algumas aulas de psicologia comportamental o suficiente para saber que crianças carentes e inteligentes eram bombas-relógio emocionais com pernas finas e juízo zero.

E eu, claro, eu não tinha experiencia com nada relacionado a crianças, inclusive como fazer crianças. Virgem ainda. Porque, sim, aparentemente Deus decidiu que eu não teria experiência em absolutamente nada na vida nem com homens, nem com crianças, nem com sapatos decentes.

— CLARAAAA! — Geovana grita. — A bola!

A bolinha rosa rola pelo deck e para bem perto de mim. Eu me levanto, ajeito a saia e caminho até ela. Tento pegar com elegância, como se estivesse acostumada a andar em saltos caros.

Ilusão.

Perto da borda, pronta para devolver a bola.

O mundo girou em câmera lenta. Senti o salto ceder, meu tornozelo virar e a gravidade, cruel e implacável, me puxar para baixo.

A água gelada me engoliu.

O choque térmico foi um soco no estômago. Afundei como uma pedra. Lutei contra o tecido, debatendo pernas e braços em pânico, até finalmente romper a superfície.

Emergi arfando, puxando o ar desesperada, cuspindo água e cloro.

— Ahahaha! Olha a Clara! Ela parece um peixe! — As risadas das meninas ecoavam distantes, abafadas pela água nos meus ouvidos.

Passei as mãos no rosto, afastando o cabelo encharcado que grudava na minha testa como algas marinhas.

Eu tremia mais de humilhação doque de frio. Queria chorar, mas decidi manter o mínimo de dignidade que me restava e sair dali antes que eu me afogasse na piscina infantil.

Apoiei as mãos na borda de mármore branco e impulsionei o corpo para cima.

Foi o meu erro fatal.

Com o peso da água, o tecido barato da camisa branca cedeu à pressão. Ouvi o estalo sutil, mas para mim soou como um tiro de canhão. O botão central, aquele que lutava bravamente na altura do meu peito, estourou e voou para longe.

Congelei.

Olhei para baixo e o ar fugiu dos meus pulmões.

A camisa branca, agora encharcada, não era mais uma peça de roupa. Era uma vitrine. O tecido tinha se tornado uma segunda pele translúcida, colada obscenamente em cada curva do meu corpo. E por baixo daquela transparência profana, brilhava, em alta definição, o meu sutiã.

Não um sutiã bege. Não um sutiã preto básico. Mas um sutiã vermelho sangue. Renda barata, gritando atenção contra a minha pele pálida.

— Ai, meu Deus... — Soltei um gemido estrangulado, cruzando os braços sobre o peito num abraço desesperado, tentando esconder a catástrofe.

Foi então que o riso das meninas parou.

Como se alguém tivesse desligado o som do mundo.

Ergui o rosto devagar. Primeiro, vi os sapatos de couro italiano, tão polidos que eu podia ver meu reflexo distorcido neles. Subi o olhar pelas calças de alfaiataria preta, perfeitamente vincadas. O paletó que parecia ter sido esculpido no corpo dele.

Adrian Cavallieri estava parado, a menos de um metro de mim.

Impecável. Seco. Intocável.

Senti algo elétrico. Algo que fez os pelos da minha nuca, já molhados, se arrepiarem em alerta máximo.

Sem expressão. Sem emoção. Apenas aqueles olhos azuis e insondáveis cravados em mim, analisando minha roupa estourada e meu cabelo de alga.

Ele não se moveu para ajudar. Não estendeu a mão. Não desviou o olhar por cavalheirismo e nem por educação. Ele só olhou. Com intensidade. Ele somente... existiu ali, emanando uma frieza que fez a água da piscina parecer quente em comparação.

— Sr... Sr. Cavallieri... — Minha voz falhou, saindo num sussurro patético.

Ele não disse nada. Nenhuma palavra de conforto. Nenhuma bronca. Apenas aquele silêncio de predador que observa a presa se debatendo antes de dar o bote final.

O maxilar dele travou com tanta força que um músculo saltou em sua bochecha.

Eu senti medo de ser demitida. E medo de ser devorada

Eu nua de vergonha.

Ele, impassível como um juiz, medieval pronto para dar o veredito.

Eu tinha conseguido entrar no império.

Agora precisava descobrir se sobreviveria ao Imperador.

Fim POV- Clara

Sigue leyendo este libro gratis
Escanea el código para descargar la APP
Explora y lee buenas novelas sin costo
Miles de novelas gratis en BueNovela. ¡Descarga y lee en cualquier momento!
Lee libros gratis en la app
Escanea el código para leer en la APP