O Arrependimento do Pai Após Me Matar pela Filha da Ex
O Arrependimento do Pai Após Me Matar pela Filha da Ex
Por: Alyssa J
Capítulo 1
— Como está aquela loba rebelde? Ela já percebeu que estava errada?

Na imensa mansão do Beta, a pergunta de meu pai ecoou como um trovão em um céu claro. Os membros da matilha nas proximidades se tensionaram visivelmente, seus olhos abaixando-se para evitar o olhar dele.

O mordomo da matilha respondeu tremendo, as mãos apertadas umas contra as outras:

— Senhor, a Srta. Scarlett ainda está na casa de fogo.

Os dedos de meu pai, batendo impacientemente no apoio de madeira da poltrona, se contraíram, e sua mandíbula se travou ao exalar com força.

— Fui muito leniente com ela o tempo todo. Por isso ela se tornou tão sem lei, ousando queimar a Amber usando sua arma. Ela precisa aprender uma lição.

O mordomo, ainda com algum resquício de compaixão, disse, sua voz mal acima de um sussurro:

— Mas a casa de fogo é usada para punir criminosos lobisomens, e o fogo lá dentro é muito intenso. Mesmo o lobo mais forte vai sentir dor... será que a Srta. Scarlett...

— Ha, dor? — Meu pai se levantou abruptamente, fazendo o mordomo recuar. — Isso é exatamente o que ela precisa sentir. Vamos ver se ela ousa tratar Amber daquele jeito de novo. Só experimentando o calor ela vai parar de fazer tais coisas.

Os olhos dele brilharam de amarelo sinal de que seu lobo estava perto de aflorar.

— Ela é minha filha; tenho a obrigação de discipliná-la.

A voz de meu pai estava gelada, como se ele tivesse esquecido que eu já estava trancada na casa de fogo há dez dias.

O mordomo queria dizer mais alguma coisa, mas foi interrompido impacientemente quando meu pai socou a parede com força.

— Chega! Você acha que ninguém tem fechado o fogo secretamente e levado ervas curativas para ela? Ela está bem. Não vai morrer.

Ao ouvir isso, não pude deixar de rir, embora ninguém pudesse ouvir minha voz.

Porque eu já estava morta.

Eu já estava morta há cinco dias.

Desde então, meu espírito havia seguido meu pai, observando sua crueldade e indiferença.

— Obrigada, pai. Por favor, não fique mais bravo. Vamos libertar a Scarlett agora. O fogo lá estava muito intenso; ela deve estar sofrendo terrivelmente.

Do quarto, do que costumava ser o meu quarto, Amber surgiu em um vestido creme fluido, seus cabelos loiros caindo sobre os ombros. Os olhos de meu pai suavizaram instantaneamente, mostrando uma ternura que eu nunca tinha visto antes.

— Doce Amber. — Murmurou ele, todas as marcas de raiva desaparecendo de seu rosto.

Amber desceu as escadas e se sentou ao lado de meu pai, sua presença parecendo acalmá-lo instantaneamente. Ela colocou a mão sobre a dele, e ele aceitou o gesto com um sorriso.

— Esqueça dela. Você é boa demais. — Disse ele, a voz agora suave. — Ela te queimou de propósito com a arma de brinquedo, fazendo com que sua loba ficasse tão fraca. Ela merece ser punida.

O rosto de Amber demonstrou preocupação.

— Pode ter sido um acidente...

— Não. — Meu pai a interrompeu, o tom endurecendo novamente. — Eu conheço minha filha. Ela estava com inveja de você. Sempre esteve.

Quando falava de mim, os olhos de meu pai estavam tão gelados, como se ele estivesse falando de uma inimiga.

Mas por quê? Eu não era sua filha? Eu não tinha conquistado o seu amor?

Na mansão, o mordomo caminhou até a cozinha, murmurando baixinho para a cozinheira:

— Ele sacrificaria o próprio sangue por aquela garota. Age como se a Scarlett não significasse nada para ele. Isso não está certo. Não está certo de jeito nenhum.

Os olhos de Amber brilhavam com lágrimas.

— Obrigada, pai. Você é tão bom para mim. Eu queria que você fosse meu verdadeiro pai. — Ela engasgou um pouco, encostando-se no ombro de meu pai.

Meu pai a envolveu com um braço, e sua expressão se suavizou ainda mais.

— Menina boba, desde que você queira, posso ser seu pai.

Uma mulher apareceu, nada menos que o grande amor da vida de meu pai, Elise.

Sua silhueta ficou na porta, iluminada pelo sol poente. O ar de meu pai ficou preso audivelmente ao vê-la.

— Donovan. — Disse Elise, sua voz como seda. — Eu ouvi gritos.

Antes de ela entrar em nossas vidas, eu sempre acreditara que a mulher que meu pai mais amava seria minha mãe.

Lembrava-me de como ele olhava para a mamãe com respeito, com carinho, mas nunca com a fome crua que agora via em seus olhos enquanto devoravam Elise.

Mas tudo mudou depois que a mamãe faleceu.

O funeral mal tinha terminado quando Elise começou a aparecer em nossa casa. Primeiro para "prestar condolências", depois para "assuntos da matilha", e finalmente, ela não precisou mais de desculpas.

Hoje, me sentia um pouco grata por a mamãe ter morrido de doença e nunca ter presenciado esse lado sem coração do homem que amou a vida toda.

Mamãe pensava que havia se casado com um lobo leal. Quão errada ela estava.

Achava que logo estaria vendo a Deusa da Lua. Talvez eu visse mamãe lá também. Na minha próxima vida, nunca mais seria filha dele.

— Donovan, uma pequena punição é o suficiente. Scarlett ainda é sua filha. — Disse Elise, com a voz doce, carregada de uma falsa preocupação.

Ela se aproximou, colocando uma mão bem feita sobre o antebraço dele. Meu pai relaxou sob o toque dela, sua raiva diminuindo como uma maré.

— Ela machucou Amber. — Rosnou ele, mas com menos convicção.

— Minha filha vai se curar. — Sussurrou Elise. — Família é preciosa, Donovan. Você sabe disso.

Mãe e filha desempenhavam seus papéis com perfeição, fazendo-se passar pelas compassivas. Mas, se realmente fossem boas pessoas, não teriam me visto trancada na casa de fogo por dez dias e noites.

Nenhuma das duas jamais trouxe água, comida ou remédio. Nenhuma delas se opôs à minha punição. Só agora, com uma plateia de membros da matilha, é que fingiram se importar.

A parte mais irônica? A casa de fogo havia sido reformada sob ordens do meu pai, pouco antes de eu ser punida lá. Ele queria uma instalação mais "humana" para os criminosos da matilha.

— Uma matilha que trata seus criminosos com dignidade é forte, não fraca. — Ele havia declarado na cerimônia de inauguração. Eu estava tão orgulhosa dele naquele momento.

Agora, ela se tornou o meu túmulo.

Eu morri encolhida em um canto, o mais longe possível dos jatos de fogo, mas não havia verdadeira fuga. Minha loba tentou me curar entre as queimaduras, mas, eventualmente, até ela desistiu.
Sigue leyendo este libro gratis
Escanea el código para descargar la APP
capítulo anteriorcapítulo siguiente

Capítulos relacionados

Último capítulo

Explora y lee buenas novelas sin costo
Miles de novelas gratis en BueNovela. ¡Descarga y lee en cualquier momento!
Lee libros gratis en la app
Escanea el código para leer en la APP