Houve um momento breve em que seus olhos pareceram sinceros. Um lampejo de algo verdadeiro, quase humano, brilhou ali — e por um segundo me peguei acreditando. Mas Stevan nunca deixava a máscara cair por muito tempo.
— Tão bem quanto uma criança pode estar quando a mãe é obrigada a espionagem por causa de um desgraçado que ameaça o próprio filho — retruquei, a voz dura e baixa.
Ele fingiu ofensa, levantando as sobrancelhas.
— Nossa… que agressiva. Achei que você ficaria feliz em me ver. Faz tempo que a gente não se encontra assim… pessoalmente.
— Eu prefiro morrer do que te ver “assim”. — Minha voz falhou de leve, mas me mantive firme.
Ele cruzou os braços e se recostou de forma teatral no banco, como se estivesse apenas aproveitando o sol da manhã.
— Só queria ver o andamento das coisas. Tô esperando há um tempo, você sabe. E, sinceramente, tá demorando mais do que eu gostaria.
— Eu vou conseguir — respondi. — Mas não no seu tempo. Vai ser no meu.
Ele me encarou com aquele so