📍 Dia 07 – 23h19 | Hotel Belvedere – Suíte 1507, agora só dela
O elevador abriu com um ding abafado. Beatriz entrou na suíte como quem invadia o próprio passado. O salto ecoou no piso de mármore como uma sentença. A cidade lá fora piscava em neon, viva, cheia de desejos que ela não podia mais tocar.
Largou a bolsa no sofá com a força de quem tenta, em vão, largar o que sente. O blazer escorregou pelos ombros. O zíper do vestido desceu com facilidade — diferente do controle que ela tentava manter desde o adeus no estacionamento.
Na cama, sobre os lençóis brancos da suíte presidencial, um bilhete com a caligrafia dele:
“Para os próximos 30 dias: durma nua. Só pra me torturar em pensamento. – C.”
Beatriz suspirou. Passou os dedos devagar sobre o papel. A ponta do indicador parecia buscar o calor da última letra. Mas só encontrou ausência.
Foi até a penteadeira. Tirou os brincos. Desabotoou o sutiã com um estalo. Os seios, agora livres, ainda carregavam as marcas dos últimos dias: leves