MARINA MORGAN
Meus olhos encontraram os dele. Eu não conseguia acreditar que ele estava mesmo me olhando e que eu estava acordada.
— Dante… — chamei, com uma voz quase inaudível. Mal conseguia ouvir, mas sabia que tinha falado.
Vi os olhos dele se encherem de lágrimas. Será que eu estava sonhando de novo? Será que comecei a sonhar com ele vindo até mim assim? Já vi isso antes… e quando penso que é real, ele sempre desaparece, rindo de mim. Se for mais um daqueles sonhos, eu não vou aguentar. Mas como poderia ser um sonho com essa dor?
— Dante… — chamei outra vez, e ainda sentia sua mão entrelaçada na minha.
— Marina… — sussurrou ele, com a voz embargada, ainda incrédulo.
— Dante, está doendo… — murmurei, tentando me mover, mas uma dor intensa me prendeu ao lugar.
— Onde, querida? — perguntou ele, com uma urgência na voz que me fez tremer.
— Em todos os lugares… não consigo me mexer sem sentir dor. O que aconteceu? — perguntei, confusa, tentando entender por que meu corpo pare