O que você faria se, após uma noite de amor, sua primeira noite de amor, o homem a quem você se entregou desaparecesse e, algum tempo depois, você descobrisse que está grávida? Claire Dawnson se viu nesta situação, com pais extremamente conservadores, sem nenhuma experiência e buscando uma única noite de diversão, Claire se entrega a um homem misterioso de quem ela sabe apenas uma coisa, o nome. Alexander foi o melhor amante que ela poderia ter, mas, no dia seguinte, ele já havia partido e, alguns dias depois, ela descobriu a gravidez. Sem suporte algum, pois seus pais a expulsam de casa, Claire conta com apenas uma pessoa, sua melhor amiga, Sarah. Cinco anos depois, agora uma renomada arquiteta e mãe amorosa de Theo, Claire é contratada por uma empresa muito poderosa e famosa do ramo de construções, a Blacke Enterprise. No entanto, no dia em que ela tem a primeira reunião com o poderoso CEO, Claire descobre que ele é, na verdade, Alexander, o pai de seu filho, primeiro e único homem com quem ela esteve na vida. O reencontro pode reacender a chama que sentiram na primeira e única vez que estiveram juntos? Claire vai continuar escondendo o segredo ou enfrentará o medo e contará a verdade?
Leer másO salão principal do Eclipse, o clube mais exclusivo da cidade, estava repleto de pessoas sofisticadas. O som de uma música eletrônica sensual preenchia o espaço, as luzes dançavam em tons de roxo e dourado, enquanto taças de champanhe eram erguidas em meio a risadas abafadas. Claire entrou no ambiente com um passo hesitante, mas determinado.
Seu vestido preto de seda brilhava sob as luzes, ajustando-se como uma segunda pele e delineando suas curvas de maneira elegante. As alças finas destacavam seus ombros delicados, e o decote profundo exibia a pele suave e pálida de seu colo. Ela usava brincos pequenos de brilhantes e um colar fino que repousava exatamente no ponto onde sua clavícula se acentuava, um detalhe sutil que atraía olhares. Claire segurava uma taça de champanhe enquanto caminhava ao lado de Sarah, sua melhor amiga, que parecia muito mais à vontade no ambiente. “Relaxa, Claire. Isso não é um tribunal. É só uma festa,” Sarah brincou, apertando de leve o braço da amiga. Claire forçou um sorriso. Ela sabia que Sarah estava tentando animá-la, mas sair da rotina não era fácil. Como arquiteta em ascensão, sua vida girava em torno de projetos e prazos. Esse tipo de ambiente descontraído estava longe de ser o seu forte. Mal sabia ela que, do outro lado do salão, Alexander Blake a observava. Alexander, com seu terno preto perfeitamente ajustado, parecia ter sido esculpido à mão para exalar autoridade e charme. A camisa branca ligeiramente aberta revelava um pouco de sua pele bronzeada e a linha do pescoço esculpido. Seus cabelos negros, levemente desalinhados de maneira proposital, combinavam perfeitamente com a barba cerrada que definia sua mandíbula. Mas o que realmente o tornava impossível de ignorar eram seus olhos – um azul-acinzentado que parecia penetrar através de qualquer fachada. Ele segurava um copo de uísque com a mão firme e descansava no balcão do bar, sua postura descontraída contrastando com a intensidade de seu olhar. Quando viu Claire, seus lábios curvaram-se em um sorriso de canto, algo entre o divertido e o predatório. Claire sentiu o olhar antes mesmo de vê-lo. Um arrepio percorreu sua espinha, e quando finalmente seus olhos encontraram os dele, foi como se o ar ao redor tivesse ficado mais denso. Ela tentou desviar o olhar, mas falhou. Sarah notou. “Quem é aquele pedaço de perfeição olhando para você como se quisesse devorar seu jantar?” Claire corou. “Ninguém. Só alguém distraído, eu acho.” “Distraído nada. Esse homem está literalmente te despindo com os olhos.” Antes que Claire pudesse responder, Alexander já estava a caminho delas. Ele andava com uma confiança despretensiosa, cada passo calculado, como se soubesse que todos os olhos estavam nele – e estavam. “Boa noite, senhoritas,” ele disse, a voz grave e sedutora, carregada com uma naturalidade que fazia Claire perder o fôlego. Ele olhou diretamente para ela. “Posso interromper por um momento?” Claire abriu a boca para responder, mas Sarah foi mais rápida. “Claro! Eu já estava indo buscar outro drink de qualquer jeito,” disse ela, piscando discretamente para a amiga antes de desaparecer na multidão. Sozinha com Alexander, Claire sentiu a intensidade de sua presença. Ele era mais alto do que ela imaginava, e o cheiro do perfume amadeirado que ele usava era hipnotizante. “Você parece desconfortável,” ele observou, inclinando-se ligeiramente para falar perto do ouvido dela. “E você parece muito observador,” Claire retrucou, tentando esconder o nervosismo. Alexander riu baixo, um som profundo que fez o coração dela acelerar. “A observação é uma habilidade útil. Por exemplo, eu sei que você não é o tipo de pessoa que costuma frequentar festas como esta.” Ela arqueou uma sobrancelha. “E o que te faz pensar isso?” “Seu olhar,” ele disse, apontando para os olhos dela com um gesto discreto. “Você observa o ambiente como se estivesse analisando algo – ou alguém. Não está aqui para se divertir. Está aqui porque sente que precisa estar.” Claire engoliu em seco. Ele estava certo, e isso a deixou desconcertada. “Talvez eu esteja apenas tentando relaxar depois de uma semana longa,” ela respondeu, tentando recuperar o controle. Alexander sorriu, inclinando-se um pouco mais. “Então, vamos fazer isso direito. Aceita uma dança?” Ela hesitou por um momento, mas a intensidade em seus olhos e a proximidade o tornavam irresistível. “Por que não?” Ele segurou a mão dela com firmeza, mas de maneira gentil, conduzindo-a para a pista de dança. A música que tocava era lenta, sensual, com batidas graves que pareciam sincronizar com os batimentos do coração de Claire. Quando Alexander a puxou para perto, Claire sentiu o calor de seu corpo através do tecido fino do vestido. Ele colocou uma mão na cintura dela, e a outra segurou a dela em um gesto seguro. “Você sempre é assim?” ela perguntou, olhando para ele com uma mistura de curiosidade e provocação. “Assim como?” “Confiante. Intenso. Como se soubesse exatamente o que as pessoas querem ouvir.” Alexander inclinou a cabeça ligeiramente, os lábios curvando-se em um sorriso enigmático. “E o que você acha que quero dizer a você, Claire?” O som do nome dela em sua boca enviou um arrepio pela espinha dela. “Talvez eu não queira descobrir,” ela respondeu, desafiadora. “Ou talvez você já saiba e só esteja tentando resistir,” ele rebateu, a voz baixa e carregada de significado. Ela riu, mas era um riso nervoso. “Você é perigoso.” “E você, irresistível,” ele disse sem hesitar, os olhos fixos nos dela. Claire sentiu as palavras como uma corrente elétrica, sua respiração ficando irregular enquanto ele continuava a conduzi-la na dança. Cada movimento era calculado, cada toque parecia incendiar sua pele. “Você sempre fala assim com mulheres que encontra em festas?” ela perguntou, tentando esconder o quanto ele a estava afetando. “Não,” ele disse, sério. “Mas você não é como as outras.” O coração de Claire deu um salto. Ela sabia que era um clichê, mas o modo como ele disse, como seus olhos brilhavam enquanto falava, fazia parecer verdade. Quando a música terminou, Alexander não se afastou imediatamente. Ficaram ali, próximos, os rostos a poucos centímetros de distância. Ela podia sentir o cheiro do uísque em sua respiração, misturado ao perfume inebriante que ele usava. “Eu deveria ir,” Claire disse, mas sua voz não tinha convicção. “Ou você poderia ficar,” Alexander sugeriu, o tom carregado de uma promessa silenciosa. Por um momento, ela ponderou. Todo o seu corpo gritava para aceitar. E, antes que pudesse pensar demais, deixou-se levar pelo impulso. “Talvez por mais um pouco,” ela sussurrou. O sorriso de Alexander era puro triunfo. Ele ofereceu o braço para ela, e ela aceitou. Aquela noite seria uma que ela nunca esqueceria. *** Alexander não tinha planos para chegar tão longe, aquilo era algo que ele precisava admitir. Mas algo parecia atrai-lo para cada vez mais perto de Claire, e a última coisa que ele queria fazer era resistir. A dança ocupou boa parte da noite dos dois, junto a bebidas e conversas sussurradas em uma das mesas mais afastadas do salão. Claire foi colocada na área vip e, apesar de estar preocupada com Sarah, viu a amiga de longe acenando animada para ela ir. Não imaginava algo diferente vindo de Sarah, afinal, ela sempre quis que Claire vivesse uma vida mais livre pelo menos um pouco. Mas as coisas evoluíram rápido demais. Quando ambos deram por si, os beijos deixaram de ser apenas suaves, as roupas estavam incomodando e, por fim, Claire se viu prensada contra uma porta de um dos quartos que haviam na área vip do Eclipse. “Não devia estar fazendo isso… Acabamos de nos conhecer e…”, e ela era virgem, esse era o maior problema. Seus pais sempre foram muito rígidos, muito religiosos, se eles soubessem o que estava fazendo agora… “Se quiser… Podemos parar aqui…”, Alexander falou, beijando o pescoço dela, sentindo o doce perfume que Claire tinha. “Não precisa ficar aqui, se não quiser.” Mas ele queria que ela quisesse ficar, não podia negar como seu corpo estava quente e como tudo parecia certo ali. Mesmo que houvessem acabado de se conhecer. “Eu não…”, tentou dizer, mas sua voz sumiu no momento em que ele voltou a beijar seus lábios, colando seus corpos. As mãos de Alexander subiram pela cintura de Claire e ele logo alcançou seus seios macios, massageando por cima do belo vestido antes de segurar as alças e puxa-las para baixo, fazendo Claire gemer em surpresa. “Então relaxe…”, sussurrou Alex, descendo os lábios para os seios dela e chupando com vontade. “Você é tão gostosa…” Ela nunca tinha ouvido palavras assim de um homem, nunca esteve tão perto assim de alguém. Era tão diferente, mas, a essa altura, Claire só queria mais, sentir mais, ser tocada com mais força. “Você gosta?”, a pergunta de Alexander a trouxe de volta ao mundo real e, quando abaixou os olhos para ele, o viu ajoelhado entre suas pernas. Antes que respondesse, Claire gemeu novamente, agora mais alto, quando sentiu os dedos de Alex tocarem sua boceta com lentidão. “Responda, querida…”, ordenou ele, afastando a calcinha dela e a tocando com mais intensidade. “Eu gosto…”, respondeu, ofegante, sentindo as bochechas coradas, estava com muita vergonha, mas também sentia uma excitação que nunca sentiu antes. “Estamos apenas começando, Claire…”Três meses depoisO restaurante era discreto, aconchegante e charmoso, no alto de um prédio em Manhattan. As luzes baixas refletiam nas taças de vinho e a música ao fundo criava uma atmosfera leve, íntima, quase como se o mundo lá fora não existisse por algumas horas.Claire ajeitou a alça do vestido enquanto ria de alguma piada que Alexander acabara de fazer. O som da risada dela foi acompanhado pela de Sarah e Elanor, que estavam sentadas do outro lado da mesa, mais próximas do sofá estofado em veludo azul. A mesa redonda deixava tudo mais íntimo. Quatro taças, pratos quase vazios e sorrisos mais sinceros do que qualquer outro momento nos últimos tempos.“Eu ainda não acredito que a gente tá aqui”, Claire disse, olhando ao redor com um sorriso emocionado. “Depois de tudo… parece um sonho.”“É real”, Alexander respondeu, apoiando a mão na dela. “E merecido.”A empresa ia melhor do que nunca, o escritório de Claire e Sarah tinham grandes contratos e parecia que a vida finalmente havia
Nuvens espessas cobriam Manhattan naquela manhã, como se até o tempo respeitasse o luto da família Blake. Um vento frio soprava por entre os túmulos do cemitério particular onde os Blake costumavam enterrar seus entes queridos, discreto, elegante, afastado de tudo e de todos.Claire ajeitou o casaco preto sobre os ombros enquanto caminhava de mãos dadas com Theo. O menino estava sério, com os olhinhos fixos no chão de pedra e as bochechas rosadas pelo vento. Não havia perguntas, não havia medo, apenas silêncio.Alexander já estava parado ao lado do caixão, com as mãos cruzadas à frente do corpo. O rosto estava impassível, os olhos escuros mergulhados em algo que ninguém conseguia alcançar. Eleanor estava logo atrás dele, os braços entrelaçados ao de Sarah, e embora tentasse manter a compostura, a expressão dela estava devastada.Ao longe, Becky estava de pé, ao lado de sua mãe, apesar de toda confusão, ela tinha uma relação boa com Cora, e não podia não sentir a perda da mulher. Não s
O céu era limpo e azul acima das nuvens, e o som constante dos motores do jatinho preenchia o interior da aeronave com um ruído confortável. Após a tempestade dos últimos dias, aquela viagem de volta para Manhattan parecia quase surreal.Theo estava enroscado entre os pais, com a cabeça apoiada na barriga de Claire e os pezinhos esticados sobre a coxa de Alexander, ele não falava muito, mas seus olhos estavam mais tranquilos agora, mesmo com o resquício de medo ainda presente em seus traços delicados.Claire acariciava os cabelos castanhos do filho com dedos leves, olhando para Alexander por cima da cabeça do menino. Ele também a encarava, os olhos dizendo tudo o que ainda não haviam conseguido verbalizar.“Tá tudo bem, meu amor. A gente tá indo pra casa”, murmurou Claire, beijando a testa de Theo.O menino assentiu devagar, apertando os olhos por um segundo como se tentasse segurar as lágrimas.“Eu sonhei com a vovó ontem. Ela tava diferente… sorrindo”, disse com a voz baixinha. “Ela
O som do disparo ainda pairava no ar quando Cora caiu de joelhos, o corpo tremendo antes de desabar nos degraus da escada. Sangue escorria de seu peito, manchando o tecido elegante do blazer, agora tingido de vermelho vivo. O grito de Theo cortou o silêncio como uma lâmina.“Mamãeee!”O garotinho se soltou dos braços da avó, que agora não tinha forças para segurá-lo, e correu o mais rápido que suas perninhas permitiam, soluçando alto. Claire abriu os braços, o coração batendo tão forte que parecia querer escapar do peito. Quando o filho se jogou contra ela, Claire o envolveu em um abraço apertado, afundando o rosto nos cabelos bagunçados de Theo, aliviada por ter seu menininho nos braços novamente.“Meu amor… meu bebê… tá tudo bem, mamãe tá aqui…” sussurrou, as lágrimas escorrendo livremente enquanto ela o apertava contra si.“Eu fiquei com medo, mamãe… ela ia me levar… Por que a vovó fez isso com Theo?” Theo soluçava, agarrado ao pescoço dela como se nunca mais fosse soltar.“Eu sei
Ela ria. Um riso completamente desconectado da realidade. "Vocês acham que eu sou burra? Acham que eu não sei o que vai acontecer se eu soltar ele? Vão me prender! Vão me jogar numa cela! Eu não vou deixar isso acontecer!""Você não precisa fugir, mãe!", Alexander insistiu, com a voz alta. "Mas se fizer alguma coisa com o meu filho, eu juro por Deus que você vai pagar!"Theo gritava agora. "Não quero ir com ela, papai!”Claire caiu de joelhos, chorando, com as mãos pra cima. "Cora, olha pra mim... por favor... é uma criança, Cora. Você sabe disso. Ele não tem culpa de nada. Você não precisa fazer isso. Olha o estado que você tá... por favor... solta ele."As viaturas aumentavam ao redor. Mais policiais, mais tensão.Cora tremia, segurando a arma firmemente..Theo chorava ainda mais.E o tempo parecia congelar.O tempo parecia preso num looping estranho, onde tudo acontecia rápido demais e ao mesmo tempo se arrastava. O som das sirenes havia parado, mas a voz do policial ecoava pelo me
O calor do dia não parecia incomodar Cora nem um pouco enquanto ela caminhava rápido pela área restrita do aeroporto. Um boné preto escondia parte do rosto e os óculos escuros cobriam os olhos frios. Ela segurava Theo com força nos braços, abafando qualquer som que ele tentava fazer."Quieto! Fica quieto, seu pirralho!", rosnou entre os dentes, enquanto o menino se debatia, com lágrimas escorrendo pelo rosto."Eu quero minha mamaaaaa! Me solta! Eu quero meu papaaaaai!", Theo gritava, a voz embargada pelo choro.Cora apertou ainda mais o menino contra o peito. "Se você não calar essa boca, eu juro que faço você se arrepender. Ninguém vai te ouvir aqui, entendeu? Ninguém!"Ela olhou em volta, tensa, mas segura. Aquele caminho pelos fundos, entre hangares e carros de manutenção, era pouco movimentado. O jatinho particular da família Blake já estava ali, reluzente sob o sol, com a escada aberta e o motor ligado, tudo estava pronto."Vamos embora daqui. Pra bem longe. E ninguém nunca mais
Último capítulo