Angelina Ribeiro
Comemorar o aniversário dos meus filhos é uma sensação maravilhosa. Vê-los sorrindo, correndo, aproveitando cada detalhe pensado para eles e para os amigos enche o peito de alegria. Mas, quando a bagunça fica, junto com o cansaço que parece pesar nos ossos, a gente quase repensa se valeu a pena.
- E aí, vai ser o quê no ano que vem? - mal me joguei no sofá e já ouvi a voz divertida de Diogo.
Revirei os olhos, exausta.
- Se depender de mim, ficamos só na viagem mesmo - respondi, calculando mentalmente a rota que já tinha planejado.
- Boa... - ele sorriu de canto. - Pensei que ele apareceria hoje. Você o chamou?
Engoli em seco. Também tinha imaginado que Saulo surgiria, nem que fosse apenas como amigo, mesmo alheio a tudo que já não parece querer fazer parte.
- Não, não o convidei de verdade. Saulo não está com clima para festas, Diogo. A Francesca ainda está desaparecida.
Minha mão percorreu meu próprio braço, como se o gesto pudesse me aquecer diante do vazio de pensa