Saulo Prado
Eu me sentia como um viciado. Perdido de mim, da minha essência sempre livre e solta ao menos foi o que eu sempre achei que era. Cego por uma mulher, uma única mulher, e por mais que eu procurasse as razões, Angelina não tinha nada fora do normal, é inteligente, bonita, mais velha, pouco experiente, nada de corpo perfeito, aos menos, não aos olhos do mundo. Mas o ar só valia a pena ser respirando, somente ao seu lado, para vê-la outra vez, quando trouxesse o perfume dela. Como que ao lado dela eu respirasse de verdade. E demais Angelina neste estado me quebrou. Calada, pensativa, e distante, ela queria se afastar. Eu sentia.
Eu estava disposto a abrir mão de qualquer denúncia, qualquer processo, qualquer honra… por ela.
Sentia. Sabia. Ela queria fugir. Queria terminar. O silêncio entre nós gritava isso. Talvez o sexo intenso fosse uma despedida.
Quando Angelina entrou no quarto, com os olhos verdes me encarando, eu esperei o fim.
Havia uma angústia crescendo dentro de m