A parte de dentro do ônibus era tão perfeita e moderna quanto a externa. O chão era coberto por um carpete cinza escuro grosso, totalmente limpo, como se alguém tivesse higienizado e aromatizado às pressas antes da minha chegada. Nem eu teria feito melhor. As paredes eram forradas com painéis de madeira escura envernizada e exibiam adesivos e posters de turnês passadas, um museu da 4 Nipes que eu pagaria com a minha vida se pedissem, só para te acesso. Nas fotos e setlists de shows, datas e cidades rabiscadas com caneta hidrocor. Para mim aquilo era o documento da vida da 4 Nipes, a prova das noites intermináveis na estrada e nos palcos.
Na parte de cima, luzes de LED embutidas davam um brilho amarelado e quente, criando uma atmosfera íntima, que parecia sussurrar segredos dos bastidores, exatamente como o que eu assistia naquele momento, onde via Fred compondo uma canção.
À esquer